sábado, março 04, 2006

Good Night, and Good Luck - Boa Noite, e Boa Sorte


E já está, terminei na quinta-feira a minha epopeia "oscariana"! Ou seja, vi todos os principais nomeados, embora, com alguma pena, ainda tenha tido tempo (nem vou ter antes de Domingo) de ver alguns que já estrearam (North Country, Transamerica e Mrs. Henderson presents).

A minha ultima sessão cinematográfica (não por ter escolhido esta ordem mas por contingências das sempre atrasadissimas estreias portuguesas) foi o Good Night, and Good Luck do George Clooney. Este filme está nomeado para 6 Oscars (Melhor Filme, Melhor Realizador (George Clooney), Melhor Direcção Artistica (James D. Bissell e Jan Pascale), Melhor Actor Principal (David Strathairn) , Melhor Edição (Robert Elswit) e Melhor Argumento Original (George Clooney e Grant Heslov)) mas tenho sérias duvidas que vá ultrapassar a concorrência nalguma categoria, não só porque não tem conseguido vencer nalgumas das principais entregas de prémios mas também porque os outros concorrentes são realmente de peso. Se realmente ganhar algum prémio desconfio que será o de Melhor Edição, se conseguir ultrapassar surpreendentemente o Fiel Jardineiro.

De qualquer forma será uma pena que este filme passe esquecido na cerimónia pois eu gostei imenso e parece-me que, de uma forma subtil, é mais uma prova da militância de Clooney contra a governação Bush, atitude que eu aprovo totalmente.

Para quem está esquecido, aqui vai um pouco de História (desta vez de letra maiúscula porque me quero mesmo referir à realidade passada): na América dos anos 50, a mesma que assistia aos primordios do jornalismo televisivo, vivia-se num paranóico terror anti-comunista, aproveitado de forma inquisitória pelo Senador McCarthy naquilo que ficou conhecida como a "caça às bruxas". Neste ambiente onde a delação era enobrecida e as vidas profissionais e familiares das pessoas destruidas sem o minimo pudor, aparece uma equipa da CBS, encabeçada pelo jornalista Edward Murrow (muito bem conseguido pelo David Strathairn), que tem a coragem de reclamar para si a liberdade de expressão e expôr os métodos ditatoriais utilizados pelo senador. Com essa coragem vem também a aceitação das inevitáveis consequências.

O filme é todo a preto e branco manchado pelo cinzento do fumo constante que sai dos cigarros dos actores. Este facto, para além de dar mais credibilidade histórica ao filme, foi necessário pois são incluidas ao longo da estória diversas imagens de arquivo (no que diz respeito ao senador, não existe nenhum actor e todas as imagens representam o próprio McCarthy).

Porque me surpreendeu positivamente e é realmente um bom filme, dou 4,6.

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