segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Glorioso 1 - 0 Dragõezitos


Não foi um grande jogo, muito menos um futebol bonito e limpo. Mas valeu pelo resultado e porque este foi mais que merecido.

Viva o meu Glorioso!

domingo, fevereiro 26, 2006

Frida no CCB


Sexta-feira fui com a Lara ver a exposição sobre a vida e a obra da Frida Kahlo no Centro Cultural de Belém. Até Maio vão estar expostas as 26 obras do Museu Dolores Olmedo, no México, que constituem a mais importante colecção mundial desta pintora mexicana.

A pintura de Frida é controversa e muito autobiografica mas dificilmente deixará alguém indiferente. Chegando a ser identificada com a corrente do Surrealismo, Kahlo não aceitou o rótulo. "Pensaram que eu era Surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade", disse um dia.

A exposição está dividida em 4 partes, desde o seu nascimento (1907) até à sua morte (1954) e é completada por fotografias e explicações sobre a sua vida conturbada e pautada pelo sofrimento.

Ao fim-de-semana, pelo preço do ingresso (2,5 euros para cartão jovem ou estudante) ainda há direito a uma visita guiada, pelo que penso voltar lá brevemente. Se tiverem tempo, aproveitem para dar lá um salto também porque esta poderá ser das poucas oportunidades (ou a única) que terão de ver esta tão importante colecção.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Capote



Genial! Não tenho outra palavra para classificar este filme.

Embora já estivesse à espera de ver uma boa história e uma boa interpretação, saí do cinema completamente rendida... Inesperadamente este Capote entrou para a minha reduzida lista de "Os meus filmes favoritos"!

Embora nomeado para 5 Oscars (Melhor Filme, Melhor realizador - Bennett Miller, Melhor actriz secundária - Catherine Keener, Melhor argumento adaptado e, claro, Melhor Actor principal - Philip Seymour Hoffman) este filme ficar-se-á muito provavelmente por apenas um (o de melhor actor), o que apesar de injusto, pode ser de certa foma compensado pelo facto de entretanto já ter ganho 28 das outras 54 nomeações para prémios.

Este é um filme sobre Truman Capote, um excêntrico e famoso escritor dos anos 50 e 60, cujos mais conhecidos livros são o "Breakfast at Tiffany's" e o "In Cold Blood". É precisamente a sua investigação para este último livro que o filme retrata. Em 1959, Truman lê uma noticia sobre o assassinato de uma familia de 4 numa pequena terra chamada Halcomb no Kansas. Com a intenção de escrever um artigo para o jornal The New Yorker, Capote viaja para Halcomb acompanhado da sua amiga Harper Lee (Catherine Keener). Após a captura dos dois assassinos, Capote decide transformar o artigo naquilo que ele considerava vir a ser a obra literária da sua vida, e é com esse objectivo que se vai envolver profundamente com esta história e principalmente com um dos suspeitos, Perry Smith (Clifton Collins Jr.), com quem Capote se indentifica. Em Capote começa a criar-se um profundo e perturbado conflicto interior entre a compaixão e a vontade de ajudar Perry e o desejo de terminar o seu livro, sabendo que, para tal, ambos os assassinos têm de ser executados.

Sem grandes surpresas no argumento, o brilhantismo deste filme está na realização e nos personagens, particularmente em Truman Capote, cuja interpretação por Seymour Hoffman é pura e simplesmente (e na minha opinião surpreendentemente) genial. É sem dúvida a melhor interpretação do ano e muito provavelmente o papel da vida de Hoffman.

Dou-lhe uma pontuação de 4,8 (a mais alta até agora) e só posso recomendar-vos que não o percam.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Walk the Line


Não é que me esteja propriamente a queixar, mas as minhas escolhas entre os nomeados estão a ficar cada vez mais complexas!!

Quinta-feira fui ver o Walk the Line de James Mangold (o mesmo que realizou o fantástico Girl, Interrupted que catapultou a jeitosa da Angelina Jolie para o estrelato) e adorei tudo: a história, as interpretações, as músicas...

Este filme está nomeado para os Oscars nas categorias de Melhor Actor Principal (Joaquin Phoenix), Melhor Actriz Principal (Reese Whitherspoon), Som, Edição e Guarda-roupa. E falando em prémios, quem é que diria que a aparentemente barbie burrinha de Legally Blonde não só não é assim tão barbie, de burra não tem nada e sabe representar e muito bem?

Esta menina já ganhou nada mais nada menos que 10 prémios (basicamente todos para que foi nomeada) pela sua "fantabulástica" interpretação de June Carter, entre os quais os muito importantes (e premonitórios no que diz respeito aos Oscars) Screen Actors Guild Award, New York Film Critics Circle Award, National Society of Film Critics Award, Globo de Ouro e BAFTA.

Para quem não sabe, o filme conta a história de Johnny Cash, da sua infância infeliz no Arkansas, da sua subida meteórica na Sun Records em Memphis onde gravou e actuou ao lado de nomes como Elvis Presley, Carl Perkins e Jerry Lee Lewis e principalmente do seu amor por June Carter, uma cantora de sucesso da época. Quem gostou de Ray no ano passado vai de certeza adorar este também. Só é pena que, tal como em Ray, os principais homenageados (ou seja, os verdadeiros John Cash e June Carter, tenham morrido sem ver os actores que eles próprios escolheram para os interpretar a fazerem um trabalho tão fantástico.

Por ter realmente gostado imenso, especialmente das interpretações de Phoenix e de Witherspoon (que para fazer o papel aprenderam a tocar e a cantar), dou 4,7 estrelas.

Amanhã conto-vos do Capote que espero ir ver hoje!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Uma noite Gloriosa!!!


Não tenho muito tempo por isso faço o comentário ao Walk the Line depois, mas não resisti a vir cá deixar um post de homenagem ao meu glorioso.

Quando já me tinha conformado em ver o jogo na televisão, surgiram miraculosamente dois bilhetinhos...e foi tão bom poder assistir ao vivo aos meus meninos a baterem o pé ao excesso de confiança dos ingleses, mostrando que realmente somos uma grande equipa, com jogadores fabulosos (à excepção daquele inútil que se arrasta no relvado e que dá pelo nome de Beto) e que podiamos ganhar.

E ganhámos!!!

E se na primeira parte as duas equipas andaram a medir forças sem se deixarem jogar mutuamente, na segunda o Benfica foi claramente superior, encostou o Liverpool e obrigou-os a tentar o contra-ataque como única forma de chegar (geralmente sem qualquer perigo) perto da nossa baliza.

Grandes destaques para o Léo, para o Robert, para o Karagounis e para a cabeçinha de ouro do Luisão!

Obrigada Benfica por mais uma noite inesquecível e vamos para a segunda mão a jogar para ganhar, só tenho pena de poder estar lá para ver!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Parabéns Sofia!

Nunca fui daquelas pessoas que têm milhões de amigos. Durante a minha vida houve diversas pessoas que me marcaram de uma ou outra forma, algumas até foram durante algum tempo muito importantes para mim, mas depois, por contingências das escolhas que fizemos, se tornaram apenas em referências do passado. Às vezes vejo-me a cumprimentar com uma cerimónia de desconhecidos pessoas que em determinada altura foram minhas confidentes e cuja presença constante na minha vida eu tomava como um dado adquirido... Talvez seja parte natural do crescimento a redução, ainda que por vezes involuntária, do nosso circulo de amigos.

É por estas razões que fico feliz quando, como ontem, um jantar entre pessoas que se conhecem há menos de cinco meses se transforma numa confraternização alegre e natural, perspectivando-se que naquele grupo nasçam algumas amizades "daquelas que ficam".

Mas entre amigos que chegam e partem, tenho a sorte de ter ao pé de mim um grupo de pessoas que ficam sempre e quase desde sempre. Não são muitos, mas os meus amigos são "`a séria", para o que der e vier e é neles que me apoio.

E como é óbvio, falar de amigos sem falar de ti é absurdo. Não sei bem o que é que nos liga, porque na realidade somos tão diferentes em tanta coisa... mas se calhar é por isso mesmo, porque de certa forma nos completamos, por seres das poucas pessoas a quem dou ouvidos quando preciso de ser chamada à realidade. E também é por seres tão importante que exijo tanto de ti e que nos zangamos (para voltar a estar tudo bem quando nos passa a parvoeira). Dos melhores exige-se a perfeição e tu estás no topo miúda!

E mais de uma década depois só me resta dizer-te que não tens grandes hipóteses de te livrares de mim, és demasiado importante para me dar ao luxo de te perder. Admiro-te por tanta coisa que se me pusesse a enumerá-las este post mais pareceria uma declaração de amor (e somos ambas comprometidas, nem parecia bem ;) ).

Para acabar deixo-te com uma definição gira que encontrei de amizade. É tão simples e tão certa (apesar de um bocado pirosa, eheh).

Beijinhos e parabéns. Adoro-te!

sábado, fevereiro 18, 2006

Syriana


Ontem impunha-se uma dúvida cruel: escolher entre Syriana (nomeado para Melhor Actor Secundário (George Clooney) e Melhor Argumento original) e Walk the Line (Melhor Actor Principal (Joaquin Phoenix), Melhor Actriz Principal (Reese Witherspoon), Melhor Montagem, Melhor Guarda-roupa e Melhor Som).

Como a minha indecisão já me estava a causar urticária e falta de ar, deixei a escolha totalmente ao critério do Luis que optou, como já devem ter percebido, pelo primeiro.

Vou ser sincera: é um filme bastante dificil de seguir e de se perceber, requerendo uma atenção permanente aos pormenores do argumento e também algum conhecimento anterior da temática em causa para se acompanhar. Mas não deixa de ser um grande filme!

Preparem-se para um (muito) complexo thriller politico, onde o percurso de quatro personagens serpenteia por entre as malhas da corrupção que envolve o negócio petrolífero. Temos Bob Barnes (George Clooney), um agente da CIA em fim de carreira que recebe como missão final matar Nasir, o mais velho de dois principes de um pais do Golfo produtor de petróleo, mas que inesperadamente descobre as verdadeiras razões por detrás da sua teórica luta anti-terrorista. Depois há Bryan Woodman (Matt Damon) um corporativo que, depois de perder um filho tragicamente, se deixa seduzir pelas ideias revolucionárias de Nasir cujo principal objectivo é dar dignidade ao seu próprio país e liberalizar a venda do petróleo (o que significaria retirar a prioridade de compra ao USA e simplesmente dar o direito de exploração ao pais que pagar mais, neste caso a China). Seguimos também a percurso de um jovem paquistanês, que depois de dispensado da plataforma onde trabalhava, se envolve com um carizmático lider terrorista e finalmente Bennett Holiday (Jeffrey Wright) um intermediário na fusão milionária de duas companhias petroliferas americanas que controlarão toda a produção do Kasaquistão e possivelmente de todo o Golfo...isto se Nassir não for escolhido pelo pai como novo Emir, questão para a qual contam com uma "ajudinha" da CIA.

Confusos? Pois não consigo resumir o filme de forma mais simples pois o enredo é realmente complexo. O meu conselho é que o vão ver com atenção e depois tirem as vossas próprias conclusões (se calhar também pode ser que eu é que não seja muito perspicaz e o filme até seja básico, lol).

Aproveito para vos deixar algumas infos extra (e de graça!). George Clooney (proprietário, juntamente com Steven Soderbergh, da Section Eight, a produtora independente do filme) passou "as passinhas do Algarve" (que linda expressão!) para fazer este papel. Para além de ter engordado cerca de 13 quilos em menos de dois meses (proeza conseguida à custa de 9 refeições diárias e vários litros de cerveja), ele sofreu um acidente durante uma das cenas do filme (para não vos estragar a surpresa digo-vos só "unhas" e tenho a certeza que quando o virem identificam imediatamente a cena) em que bateu com a cabeça e lesionou gravemente a cobertura da coluna em diversos sitios o que o levou a expelir liquido espinal pelo nariz e a ter violentissimas dores de cabeça e perdas de memória. Após ser operado mais do que uma vez parece que o problema está mais ou menos resolvido mas anda tem enxaquecas diárias.

Não sei se este pormenor tem algum interesse mas pode ser que vos convença a ir ver o filme por compaixão do pobre "Georginho" e já agora também porque ele é um dos mais acérrimos activistas contra as politicas terroristas do Bush, tanto que diversos conservadores já pediram para boicotarem o filme.

Bem, já escrevi um testamento, resta-me só recomendar-vos mais esta ida ao cinema e dar 4,6 ao Syriana.

P.S.: Será que ninguém que lê o meu blog vai ao cine??? Pk é q nunca tenho opiniões sobre os filmes que comento? Seus preguiçosos!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Brokeback Mountain - O Segredo de Brokeback Mountain


Depois de alguns dias de inércia "bloguiana", aqui estou eu outra vez para vos dar mais uma opinião cinematográfica (até porque hoje vou ver outro e não me apetece acumular comentários por fazer).

Brokeback Mountain é mais um dos candidatos aos Oscars, aliás é o grande candidato - 8 nomeações - e em algumas dessas categorias já ganhou os Globos de Ouro ( Melhor filme, Melhor actor principal (Heath Ledger), Melhor actor secundário (Jake Gyllenhaal), Melhor actriz secundaria (Michelle Williams), Melhor realização (Ang Lee), Melhor argumento adaptado, Melhor fotografia e Melhor banda sonora).

Com tantas e tão importantes nomeações as minhas expectativas eram muito elevadas, talvez elevadas de mais... Não é que não tenha gostado do filme, mas sai da sala um bocadinho com aquela sensação do "soube-me a pouco".

Também não quero ser injusta: o filme é bom e as interpretações principais realmente fabulosas, por isso deixem de lado a denominação de "filme de cowboys bichas" e entrem na sala de mente aberta porque podem sair de lá com uma agradável surpresa.

O filme não é mais do que uma história de um amor impossível. Duas pessoas irremediavelmente apaixonadas e que prolongam durante anos um relacionamento escondido, proíbido e altamente condenável segundo os padrões da sociedade onde vivem (será que as coisas mudaram assim tanto actualmente?).

E sim, um dos personagens - Jack- é realmente homossexual (mas não bicha), sente-se atraido por homens e a necessidade de acalmar o seu desejo leva-o a procurar mais parceiros. Mas depois temos Ennis, um homem solitário e triste, cuja infância foi marcada pela morte dos pais e pela visão opressiva do corpo de um homossexual torturado e morto como castigo pela sua orientação "pecaminosa". Ennis não é homossexual e não teria tido nenhum relacionamento gay se "aquele Verão" nunca tivesse ocorrido; Ennis apaixona-se por Jack, vê nele a sua alma gémea, a única pessoa que consegue passar além da sua máscara de durão, o único que o compreende e que o ama só porque sim. Mas Ennis não consegue aceitar os seus sentimentos, sente-se perseguido pela culpa, odeia o seu amor por Jack e tenta desesperadamente livrar-se da sua paixão, do seu vicio... Mas se o amor fosse racional ou sequer opcional, não era amor...

O realizador Ang Lee volta a surpreender e no meio de tanta diversidade temática e variedade qualitativa (Hulk, O Tigre e o Dragão e Sensibilidade e Bom senso, por exemplo) é cada vez mais dificil categoriza-lo num estilo cinematográfico...

Quanto ao filme, não considero o melhor do ano em termos globais mas posso admitir pergeitamente essa classificação no que diz respeito às interpretações e à fotografia. Dou-lhe 4,2 e fico a aguardar com alguma curiosidade em relação aos próximos filmes do Heath Hedger porque desconfio que temos mais um caso de "menino bonito" que vira grande actor.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Talvez seja...

Já lá vão uns dias desde os últimos posts e, apesar de não ter recebido propriamente alguma manisfestação de desespero por parte de alguém, sinto-me quase na obrigação de me justificar (quanto mais não seja a mim mesma). A verdade é que nem é falta de tema (já lá vão 5 dias desde que fui ver o Brokeback Mountain e até podia já ter comentado o filme), acho que é mesmo pura e simples falta de motivação...

Pensando bem, acho que este sentimento não se refere só ao blog (cuja continuação tenho posto seriamente em causa), mas a muitos aspectos da minha vida. Talvez seja da cansantiva e infrutifera busca de emprego, talvez seja do meu fútil descontentamento com a minha aparência exterior, talvez seja por andar um bocado desiludida com algumas pessoas, talvez seja porque as minhas fraquezas estão a revelar-se contra a minha vontade, talvez seja porque tenho andado adoentada...provavelmente não é nada disto, ou é isto tudo junto...

Se calhar vou deixar passar mais uns dias até me sentir mais animada, até conseguir pôr algumas situações em perspectiva e conseguir sentir aquilo que racionalmente eu sei que é verdade: não tenho assim tantas razões para estas pseudo-depressões parvas.

Até à próxima!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Il Gattopardo - O leopardo



Houve uma época em que o valor de um filme não passava pelos efeitos especiais ou pelas manobras técnicas na montagem. Nessa época, a câmara limitava-se a registar a performance dos actores e o que fazia um bom filme era só a qualidade dos mesmos e do argumento. O Il Gattopardo de Luchino Visconti (1963) é um desses filmes e é presença obrigatória em qualquer lista de "melhores filmes da história do cinema".

Para comemorar os 100 anos do nascimento de Visconti, o cinema Nimas pôs em cartaz uma nova cópia deste clássico, com som e imagem melhorada. Ontem fui ver e apesar de a sala só ter gente cuja idade era superior à soma da minha idade com a do luis, de dois respeitáveis senhores quase se terem pegado à pancada no inicio (confesso que, na minha malvadez, estava cheia de vontade de assistir a uma cena de kick-boxing caquético com bengalas à mistura...mas nada aconteceu) e de, apesar de ter 3 horas, o filme não ter intervalo (o que se revelou evidentemente excessivo para as bexigas maduras dos nossos companheiros de sala que, não só saiam de 10 em 10 minutos, como num final foram em passo de corrida fazer fila para a porta da casa de banho), adorei!

É de facto um tipo de cinema diferente, quase "livresco", em que as personagens são cativantes e profundas e o argumento dificil mas tão simples ao mesmo tempo.

Il gattopardo tem como pano de fundo a Sicília, em 1860, numa altura em que era dominada pelo ramo espanhol dos Bourbons. O Príncipe de Salina, Don Fabrizio (Burt Lancaster), é um aristocrata que tenta manter o anterior modo de vida, apesar dos tempos de mudança. Quando começa a perceber que o movimento de unificação de Itália, iniciado por Garibaldi, vai alterar de forma definitiva a estrutura do poder dominante na Sicília e na aristocracia local, ele fica preocupado. A ascensão da burguesia é encarada por si como uma ameaça ao seu modo de vida, e numa espécie de tentativa de manter acesa a chama do antigo regime, o aristocrata incentiva, em deterimento da sua filha, o casamento do seu sobrinho Tancredo (Alain Delon) com Angélica (Claudia Cardinale), filha de um rico e influente administrador de propriedades e cuja beleza também não o deixa indiferente.

O filme é uma daquelas obras essenciais para qualquer cinéfilo que se preze (lol) e vale a pena aproveitar a reposição e dar um saltinho ao Nimas. A minha avaliação é 4,7.

Mais uma vez não me expressei bem: o factor c reformulado

Depois de uma conversa com um amigo e de reler o post que coloquei ontem, estou convencida que não me espressei bem e que pelos vistos, as interpretações do que eu disse podem ser bastante negativas...

A verdade é que eu condeno o recrutamento pela cunha, ou seja, não me parece uma forma justa de uma entidade empregadora escolher um colaborador. Mas não condeno que se recorra à cunha para se conseguir uma entrevista ou mesmo um emprego e também não quero dizer que alguém que é chamado para uma entrevista ou que consegue um emprego através de conhecimentos não possa ser tão bom como os outros ou mesmo o melhor candidato. A minha questão é que, se esse é realmente o melhor candidato, então seria escolhido de qualquer das formas, e que este método não permite por vezes sequer que outras pessoas possam tentar mostrar o que valem.

Também me foi chamado a atenção para o facto de eu já ter usufruido de conhecimentos, nomeadamente na obtenção de um estágio curricular e na cena do Tiago Monteiro. É verdade. Mas para mim diferente: no primeiro, o facto de uma empresa ter aceite que eu lá fizesse um estágio não remunerado não retirou a hipótese a ninguém, ou seja, não havia candidatos pk eles não estavam à procura de ninguém, foi um favor para poder fazer aquela cadeira; em relação à segunda, eu tb participei no concurso mas admito que provavelmente fui seleccionada pelo cargo que o meu pai tem, mas não consigo comparar uma volta de carro no Estoril a um emprego.

No fundo, o meu post só pretendia ser um desabafo. Sempre achei que as minhas capacidades eram suficientes para atingir os meus objectivos sem precisar de "batotas" e agora vejo que não é bem assim. Gostava de quando conseguisse um emprego estivesse 100% segura de que se deveu apenas à avaliação feita do meu perfil, mas é provavelmente um bocado parvo.

Conheço quem usufrua de algumas cunhas (não vou dizer nomes mas as pessoas sabem que estou a falar c elas) e queria dizer que, nem por um momento quis pôr em causa as vossas capacidades, nem insinuar que se eu tivesse oportunidade seria melhor, nem tão pouco criticar minimamente que aproveitem todas as hipóteses. A minha desilusão e tristeza são estritamente pessoais por só agora ter caido na realidade. Tenho a certeza que, se não existisse esta injustiça das cunhas, as pessoas de quem falo arranjariam na mesma entrevistas e emprego, quem sabe até melhores (pois nos melhores tb há outras cunhas).

Espero desta vez ter-me expressado melhor. Não queria magoar nem ofender ninguem e muito menos dar uma de reprovadora ou superior.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

O factor C

Será que ainda existe algum emprego neste país para o qual os candidatos sejam chamados e avaliados pelas suas capacidades sem ter em conta o factor "c"?

Porque é que em vez de me sentir integra me sinto cada vez mais estupida por não querer ser escolhida só porque conheço x ou y, mas sim porque acho que tenho capacidades?

Se calhar em vez de ter estudado quase 18 anos a minha vida, devia era ter frequentado mais festas e cruzeiros para aumentar o meu circulo de potênciais cunhas...

domingo, fevereiro 05, 2006

Escolha acertada


Não reconheço a sensatez como a minha maior qualidade mas confesso que estou orgulhosa da escolha acertada que fiz ontem. Passo a explicar: após a vergonha do fim-de-semana passado estava na duvida sobre o que haveria de fazer em relação ao jogo de ontem; por um lado queria ver o jogo, mostrar que apesar de tudo estava ao lado nos nossos jogadores, e que estava plenamente confiante de que a humilhação passada seria naturalmente ultrapassada neste sábado; por outro, algo me dizia que não ia ser bem assim, a minha confiança nos meus meninos, geralmente perto dos 100%, estava muito por baixo e só me apetecia fazer "greve" ao jogo. Tomei a decisão acertada e quanto ao jogo não tenho nada a comentar porque não vi, não quero ver e apenas ouvi uns minutos no mp3 quando por momentos me foi impossivel resistir à tentação.

Mas a minha "sensatez" não só me poupou apenas alguns desgostos como fez disfrutar de uma noite soberba. Para dizer a verdade o dia já tinha sido bastante agradável: um cafezinho à beira mar na companhia do "bixu" e uma visita aos meus tios para ver a ninhada de cachorrinhos bassethound que são as coisinhas mais amorosas do mundo :) Depois, um jantar calminho no Amo-te Chiado com o Luis e a Sofia, a preceder um fantástico concerto da Jacinta no S.Luiz.

Para quem não conhece (será que alguém ainda não conhece?), a Jacinta é uma cantora de Jazz, com raizes na musica clássica e estudos de piano, cuja voz quente apaixonou nos Estados Unidos antes de, em 2001, começar a ganhar seguidores em Portugal. É ver e ouvir para crer, a sua presença em palco é confiante e simpática, estilo ajudado pelo ambiente intimista do Jardim de Inverno do S.Luiz, e o repertório fascinante.

Para estes concertos, denominados Jacinta canta Brasil, a cantora escolheu essencialmente dois compositores brasileiros de entre os seus favoritos: Djavan ("Aquele um", "Alagoas", "Êxtase", "A ilha" e "Jogral") e Tom Jobim ("Luísa", "Retrato em branco e preto", "Insensatez", "Garota de Ipanema" e "Chega de saudade"). Além destes dois autores, escolheu ainda um de Ary Barroso ("Bahia").

Mas não é só a sua voz que fascina. Acompanhada por um grupo de jovens e muito talentosos musicos, todo o espectáculo é uma experiência sonora inesquecivel.

Os concertos decorrem até 18 de Fevereiro e o preço é muitissimo apelativo (8.40euros para menores de 25anos, 12 euros caso contrário) e como tal não há desculpa para deixar de ouvir uma das melhores vozes do nosso país.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Munich - Munique

Começou quinta-feira a minha caminhada até aos Oscars. Ou, por outras palavras, iniciei o penoso esforço de ver todos os nomeados até ao dia da entrega dos prémios (coitadinha de mim!!). No que diz respeito aos nomeados para o prémio de Melhor Filme, apenas tinha visto Crash - Colisão (grande filme!) e agora chegou a vez de assistir à estreia de Munique, o novo de Steven Spielberg.

Começo por dizer que o filme é realmente muito bom, fantástico mesmo. Um argumento envolvente, uma realização quase perfeita e personagens bem construidas e credíveis, fazem de Munique um daqueles filmes que dificilmente se aparão da minha memória.

Baseado em factos reais, este filme é uma hipótese ficcionada do que poderá ter sido a resposta israelita ao atentado de Munique. A parte real, quase documental, é a seguinte: Em 1972, durante os Jogos Olimpicos de Munique, onze atletas israelitas foram feitos reféns e posteriormente assassinados por um grupo terrorista palestiniano, auto-intitulado Setembro Negro, enquanto o resto do mundo assistia em directo ao drama pela televisão. O resto do filme é apenas uma hipótese, embora credível, na qual Golda Meir, a Primeira-Ministra islaelita, juntamente com o General Zvi Zamir (chefe da Mossad), convoca Avner (Eric Bana - o Hulk e o Hector de Tróia), um jovem patrióta que aceita deixar por tempo indeterminado a sua esposa grávida, o seu emprego e o seu país, para embarcar numa missão de retaliação juntamente com quatro companheiros. Este grupo inicia então uma caça ao homem pela Europa e EUA a uma lista de 11 palestinianos, teoricamente envolvidos no planeamento do atentado.

A história é simultaneamente angustiante e comovente, mas a forma como é contada pode ser, na minha opinião, polémica e considerada perigosamente parcial. Passo a explicar: Spielberg é judeu e a sua simpatia pelo ponto de vista israelita da questão é notória ao longo do filme, facto este que tem criado uma enorme polémica em torno de Munique. Também é verdade que se nota um esforço do realizador para minimizar essa parcialidade, tentando passar uma mensagem positiva de apelo à paz, mostrando que "violência gera violência" e passando uma imagem de humanidade das "presas" palestinianas, com vidas e familias "normais".

De facto, este é um tema muito complicado e extremamente passivel de ferir susceptibilidades, e considero que, qualquer que fosse a forma escolhida para contar esta história, seria impossivel conseguir um consenso sobre a credibilidade do filme. Vou por isso excluir da minha apreciação da pelicula qualquer opinião em relação aos factos descritos e restringir-me apenas ao filme propriamente dito; assim, e apenas porque fiuei um bocado aborrecida com um erro de continuidade que considero escandaloso e injustificável num filme desta envergadura (não vos vou contar qual é, mas se alguém reparar digam-me ;) ) dou 4,4 (apetece-me ser picuinhas com pormenores).

De qualquer forma é um óptimo filme mas que convém ser visto com algum conhecimento prévio sobre o conflito entre israelitas e palestinianos, de forma a que se possa filtrar as informações recebidas.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Não tenho pachorra para gente parva!

Até admito que o post que escrevi no dia das eleições possa ser algo polémico mas vamos lá esclarecer umas coisitas: primeiro, um blog é, por definição, um espaço pessoal e no qual o "bloguista" pode escrever basicamente o que lhe apetecer; segundo, ninguém é obrigado a ler nada do que eu escrevo; terceiro, quanto a esse post especificamente, até já me dei ao trabalho de admitir algum excesso de linguagem e pedir desculpa a quem se possa ter sentido ofendido (embora a essência da minha opinião não tenha de forma nenhuma mudado); quarto e último, adoro ter feed-back ao meu blog, conheça ou não a pessoa que comenta, desde que esses comments sejam feitos numa base de respeito e sem recorrer ao palavrão e à ofensa fácil.

Não sei como é que algumas pessoas chegam ao meu blog, mas se não gostam lembrem-se: há uma cruzinha vermelha no canto superior direito do ecran que resolve muito facilmente o problema.

E dito isto, aproveito para agradecer todos os outros comments simpáticos que tenho recebido, é sempre bom ver que estou rodeada de pessoas sensatas e inteligentes.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

And the winners will be...


Foram hoje anunciados os nomeados para os Oscars. Já percebi que ainda tenho muitos filmes para ver até Março, resta saber se irão chegar a tempo aos cinemas Portugueses:

Best Motion Picture of the Year Nominees:
Brokeback Mountain (2005) - Diana Ossana, James Schamus
Capote (2005) - Caroline Baron, William Vince, Michael Ohoven
Crash (2004) - Paul Haggis, Cathy Schulman
Good Night, and Good Luck. (2005) - Grant Heslov
Munich (2005) - Steven Spielberg, Kathleen Kennedy, Barry Mendel

Best Performance by an Actor in a Leading Role Nominees:
Philip Seymour Hoffman for Capote (2005)
Terrence Howard for Hustle & Flow (2005)
Heath Ledger for Brokeback Mountain (2005)
Joaquin Phoenix for Walk the Line (2005)
David Strathairn for Good Night, and Good Luck. (2005)

Best Performance by an Actress in a Leading Role Nominees:
Judi Dench for Mrs. Henderson Presents (2005)
Felicity Huffman for Transamerica (2005)
Keira Knightley for Pride & Prejudice (2005)
Charlize Theron for North Country (2005)
Reese Witherspoon for Walk the Line (2005)

Best Performance by an Actor in a Supporting Role Nominees:
George Clooney for Syriana (2005)
Matt Dillon for Crash (2004)
Paul Giamatti for Cinderella Man (2005)
Jake Gyllenhaal for Brokeback Mountain (2005)
William Hurt for A History of Violence (2005)

Best Performance by an Actress in a Supporting Role Nominees:
Amy Adams for Junebug (2005)
Catherine Keener for Capote (2005)
Frances McDormand for North Country (2005)
Rachel Weisz for The Constant Gardener (2005)
Michelle Williams for Brokeback Mountain (2005)

Best Achievement in Directing Nominees:
George Clooney for Good Night, and Good Luck. (2005)
Paul Haggis for Crash (2004)
Ang Lee for Brokeback Mountain (2005)
Bennett Miller for Capote (2005)
Steven Spielberg for Munich (2005)

Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen Nominees:
Crash (2004) - Paul Haggis, Robert Moresco
Good Night, and Good Luck. (2005) - George Clooney, Grant Heslov
Match Point (2005) - Woody Allen
The Squid and the Whale (2005) - Noah Baumbach
Syriana (2005) - Stephen Gaghan

Best Writing, Screenplay Based on Material Previously Produced or Published :
Brokeback Mountain (2005) - Larry McMurtry, Diana Ossana
Capote (2005) - Dan Futterman
The Constant Gardener (2005) - Jeffrey Caine
A History of Violence (2005) - Josh Olson
Munich (2005) - Tony Kushner, Eric Roth

Best Achievement in Cinematography Nominees:
Batman Begins (2005) - Wally Pfister
Brokeback Mountain (2005) - Rodrigo Prieto
Good Night, and Good Luck. (2005) - Robert Elswit
Memoirs of a Geisha (2005) - Dion Beebe
The New World (2005) - Emmanuel Lubezki

Best Achievement in Editing Nominees:
Cinderella Man (2005) - Daniel P. Hanley, Mike Hill
The Constant Gardener (2005) - Claire Simpson
Crash (2004) - Hughes Winborne
Munich (2005) - Michael Kahn
Walk the Line (2005) - Michael McCusker

Best Achievement in Art Direction Nominees:
Good Night, and Good Luck. (2005) - James D. Bissell, Jan Pascale
Harry Potter and the Goblet of Fire (2005) - Stuart Craig, Stephanie McMillan
King Kong (2005) - Grant Major, Dan Hennah, Simon Bright
Memoirs of a Geisha (2005) - John Myhre, Gretchen Rau
Pride & Prejudice (2005) - Sarah Greenwood, Katie Spencer

Best Achievement in Costume Design Nominees:
Charlie and the Chocolate Factory (2005) - Gabriella Pescucci
Memoirs of a Geisha (2005) - Colleen Atwood
Mrs. Henderson Presents (2005) - Sandy Powell
Pride & Prejudice (2005) - Jacqueline Durran
Walk the Line (2005) - Arianne Phillips

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures,Original Score:
Brokeback Mountain (2005) - Gustavo Santaolalla
The Constant Gardener (2005) - Alberto Iglesias
Memoirs of a Geisha (2005) - John Williams
Munich (2005) - John Williams
Pride & Prejudice (2005) - Dario Marianelli

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song Nominees:
Hustle & Flow (2005) - Jordan Houston, Cedric Coleman, Paul Beauregard ("It's Hard Out Here For a Pimp")
Crash (2004) - Michael Becker, Kathleen York ("In the Deep")
Transamerica (2005) - Dolly Parton ("Travelin' Thru")

Best Achievement in Makeup Nominees:
The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (2005) - Howard Berger, Tami Lane
Cinderella Man (2005) - David LeRoy Anderson, Lance Anderson
Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith (2005) - Dave Elsey, Annette Miles

Best Achievement in Sound Nominees:
The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (2005) - Terry Porter, Dean A. Zupancic, Tony Johnson
King Kong (2005) - Christopher Boyes, Michael Semanick, Michael Hedges, Hammond Peek
Memoirs of a Geisha (2005) - Kevin O'Connell, Greg P. Russell, Rick Kline, John Pritchett
Walk the Line (2005) - Paul Massey, Doug Hemphill, Peter F. Kurland
War of the Worlds (2005) - Andy Nelson, Anna Behlmer, Ron Judkins

Best Achievement in Sound Editing Nominees:
King Kong (2005) - Mike Hopkins, Ethan Van der Ryn
Memoirs of a Geisha (2005) - Wylie Stateman
War of the Worlds (2005) - Richard King

Best Achievement in Visual Effects Nominees:
The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (2005) - Dean Wright, Bill Westenhofer, Jim Berney, Scott Farrar
King Kong (2005) - Joe Letteri, Brian Van't Hul, Christian Rivers, Richard Taylor
War of the Worlds (2005) - Pablo Helman, Dennis Muren, Randy Dutra, Daniel Sudick

Best Animated Feature Film of the Year Nominees:
Corpse Bride (2005) - Tim Burton, Mike Johnson
Hauru no ugoku shiro (2004) - Hayao Miyazaki
Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit (2005) - Steve Box, Nick Park

Best Foreign Language Film of the Year Nominees:
Bestia nel cuore, La (2005) - Cristina Comencini (Italy)
Joyeux Noël (2005) - Christian Carion (France)
Paradise Now (2005) - Hany Abu-Assad (Palestine)
Sophie Scholl - Die letzten Tage (2005) - Marc Rothemund (Germany)
Tsotsi (2005) - Gavin Hood (South Africa)

Best Documentary, Features Nominees:
Darwin's Nightmare (2004) - Hubert Sauper
Enron: The Smartest Guys in the Room (2005) - Alex Gibney, Jason Kliot
Marche de l'empereur, La (2005) - Luc Jacquet, Yves Darondeau
Murderball (2005) - Henry Alex Rubin, Dana Adam Shapiro
Street Fight (2005) - Marshall Curry

Best Documentary, Short Subjects Nominees:
God Sleeps in Rwanda (2005) - Kimberlee Acquaro, Stacy Sherman
A Note of Triumph: The Golden Age of Norman Corwin (2005) - Corinne Marrinan, Eric Simonson
The Life of Kevin Carter (2004) - Dan Krauss
Mushroom Club, The (2005) -
Steven Okazaki

Best Short Film, Animated Nominees:
Badgered (2005) - Sharon Colman
The Moon and the Son (2005) - John Canemaker, Peggy Stern
The Mysterious Geographic Explorations of Jasper Morello (2005) - Anthony Lucas
9 (2005) - Shane Acker
One Man Band (2005) - Mark Andrews, Andrew Jimenez

Best Short Film, Live Action Nominees:
Ausreißer (2004) - Ulrike Grote
Cashback (2004) - Sean Ellis, Lene Bausager
Síðasti bærinn í dalnum (2004) - Rúnar Rúnarsson, Þórir Snær Sigurjónsson
Our Time Is Up (2004) - Rob Pearlstein, Pia Clemente
Six Shooter (2005) - Martin McDonagh

The Libertine - O Libertino


Este filme tem um nome : Johnny Depp!! E foi para mim o último argumento que eu precisava para o considerar um dos melhores actores da sua geração e provavelmente o mais polifacetado de todos. Com um inicio de carreira pouco convincente para mim, com filmes como os Pesadelos em Elm Street e Eduardo Mãos de Tesoura, este americano de 43 anos de idade está na melhor fase da sua carreira (pelo menos até agora) com papeis tão brilhantes como o Roux de Chocolate (2000), Captain Jack Sparrow em Os Piratas das Caraibas (2003), Mort Rainey em A Janela Secreta (2004), Sir James Matthew Barrie em À Procura da Terra do Nunca (2004), Willy Wonka em Charlie e a Fábrica de Chocolate (2005) e finalmente este avassalador John Wilmot Conde de Rochester em O Libertino.

Aviso desde já que o filme é negro e pesado (não propriamente uma boa escolha para um fim de noite alegre e relaxado), não só devido à linguagem, no minimo crua, que é utilizada, como também pela própria realização, também ela sombria.

Laurence Dunmore, o realizador, conduz-nos habilmente pela sociedade devassa e repleta de excessos do sec. XVII em Inglaterra, na qual o Conde de Rochester é o ícon máximo de um estilo de vida que não só não resistia aos prazeres do álcool e do sexo, como faz da sua busca a razão da sua existência. O Conde, amigo de familia do rei Carlos II (John Malkovich), é um reconhecido poeta da época que usa o seu talento com o objectivo de chocar e ultrajar a corte. Vivendo a sua vida no limite, o Conde inadvertidamente apaixona-se por uma vulgar actriz e o seu consequente declino será o que o marcará para sempre na história britanica.

Inesqueciveis são o prólogo e a conclusão, nos quais, falando directamente para o público, Depp tem dois monólogos brilhantes. É para mim inacreditável que este actor não tenha sido nomeado para os óscars (ver próximo post)...

Assim, e principalmente pela interpretação de Depp, dou a este filme 4 estrelas.