Nomeado para três Oscar (Melhor actriz principal - Kate Winslet, Melhor actor secundário - Jackie Earle Haley e Melhor argumento adaptado) este filme foi para mim uma agradável surpresa. Ainda que me pareça pouco provável que saia da cerimónia com alguma estatueta é sem dúvida refrescante perceber que Hollywood já vai olhando com mais naturalidade para este tipo de produções mais despretenciosas.
É de facto uma história simples, plausível, quase documental. Num típico bairro americano suburbano, onde a vida das verdadeiras "donas de casa desesperadas" gira em torno dos filhos, dos parques infantis, dos horários dos lanches, das escolas e do sexo semanal programado com os maridos, o aparecimento inesperado de um "staying at home dad" e a chegada ao bairro de um pedófilo cadastrado vem agitar o seu "mundinho de fantasia". É neste ambiente que as vidas de Sarah (Kate Winslet) e de Brad (Patrick Wilson) se cruzam e se encaixam como duas improváveis peças de puzzle.
Não há nada de surpreendente no desenrolar do filme mas a simplicidade da realização, o brilhantismo das interpretações (principalmente de Winslet) e até o dramatismo impresso pela narração em voz-off tornam este um filme que vale realmente a pena.
Para mim vale, dentro do género, 4,5 estrelas
