quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Mais uma vez não me expressei bem: o factor c reformulado

Depois de uma conversa com um amigo e de reler o post que coloquei ontem, estou convencida que não me espressei bem e que pelos vistos, as interpretações do que eu disse podem ser bastante negativas...

A verdade é que eu condeno o recrutamento pela cunha, ou seja, não me parece uma forma justa de uma entidade empregadora escolher um colaborador. Mas não condeno que se recorra à cunha para se conseguir uma entrevista ou mesmo um emprego e também não quero dizer que alguém que é chamado para uma entrevista ou que consegue um emprego através de conhecimentos não possa ser tão bom como os outros ou mesmo o melhor candidato. A minha questão é que, se esse é realmente o melhor candidato, então seria escolhido de qualquer das formas, e que este método não permite por vezes sequer que outras pessoas possam tentar mostrar o que valem.

Também me foi chamado a atenção para o facto de eu já ter usufruido de conhecimentos, nomeadamente na obtenção de um estágio curricular e na cena do Tiago Monteiro. É verdade. Mas para mim diferente: no primeiro, o facto de uma empresa ter aceite que eu lá fizesse um estágio não remunerado não retirou a hipótese a ninguém, ou seja, não havia candidatos pk eles não estavam à procura de ninguém, foi um favor para poder fazer aquela cadeira; em relação à segunda, eu tb participei no concurso mas admito que provavelmente fui seleccionada pelo cargo que o meu pai tem, mas não consigo comparar uma volta de carro no Estoril a um emprego.

No fundo, o meu post só pretendia ser um desabafo. Sempre achei que as minhas capacidades eram suficientes para atingir os meus objectivos sem precisar de "batotas" e agora vejo que não é bem assim. Gostava de quando conseguisse um emprego estivesse 100% segura de que se deveu apenas à avaliação feita do meu perfil, mas é provavelmente um bocado parvo.

Conheço quem usufrua de algumas cunhas (não vou dizer nomes mas as pessoas sabem que estou a falar c elas) e queria dizer que, nem por um momento quis pôr em causa as vossas capacidades, nem insinuar que se eu tivesse oportunidade seria melhor, nem tão pouco criticar minimamente que aproveitem todas as hipóteses. A minha desilusão e tristeza são estritamente pessoais por só agora ter caido na realidade. Tenho a certeza que, se não existisse esta injustiça das cunhas, as pessoas de quem falo arranjariam na mesma entrevistas e emprego, quem sabe até melhores (pois nos melhores tb há outras cunhas).

Espero desta vez ter-me expressado melhor. Não queria magoar nem ofender ninguem e muito menos dar uma de reprovadora ou superior.

1 comentário:

Anónimo disse...

Raquel,
Compreendo a tua situação e admiro! Contudo as cunhas por si só não chegam, podem abrir portas, mas só somos escolhidos se tivermos as qualificações necessárias e perfil para a tão cubiçada vaga! Acredita que um empurrão ás vezes é necessário especialmente quando se trata do 1º emprego. Infelizmente as coisas ainda funcionam desta forma em Portugal!:)
Beijinhos,
Filipa