quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Brokeback Mountain - O Segredo de Brokeback Mountain


Depois de alguns dias de inércia "bloguiana", aqui estou eu outra vez para vos dar mais uma opinião cinematográfica (até porque hoje vou ver outro e não me apetece acumular comentários por fazer).

Brokeback Mountain é mais um dos candidatos aos Oscars, aliás é o grande candidato - 8 nomeações - e em algumas dessas categorias já ganhou os Globos de Ouro ( Melhor filme, Melhor actor principal (Heath Ledger), Melhor actor secundário (Jake Gyllenhaal), Melhor actriz secundaria (Michelle Williams), Melhor realização (Ang Lee), Melhor argumento adaptado, Melhor fotografia e Melhor banda sonora).

Com tantas e tão importantes nomeações as minhas expectativas eram muito elevadas, talvez elevadas de mais... Não é que não tenha gostado do filme, mas sai da sala um bocadinho com aquela sensação do "soube-me a pouco".

Também não quero ser injusta: o filme é bom e as interpretações principais realmente fabulosas, por isso deixem de lado a denominação de "filme de cowboys bichas" e entrem na sala de mente aberta porque podem sair de lá com uma agradável surpresa.

O filme não é mais do que uma história de um amor impossível. Duas pessoas irremediavelmente apaixonadas e que prolongam durante anos um relacionamento escondido, proíbido e altamente condenável segundo os padrões da sociedade onde vivem (será que as coisas mudaram assim tanto actualmente?).

E sim, um dos personagens - Jack- é realmente homossexual (mas não bicha), sente-se atraido por homens e a necessidade de acalmar o seu desejo leva-o a procurar mais parceiros. Mas depois temos Ennis, um homem solitário e triste, cuja infância foi marcada pela morte dos pais e pela visão opressiva do corpo de um homossexual torturado e morto como castigo pela sua orientação "pecaminosa". Ennis não é homossexual e não teria tido nenhum relacionamento gay se "aquele Verão" nunca tivesse ocorrido; Ennis apaixona-se por Jack, vê nele a sua alma gémea, a única pessoa que consegue passar além da sua máscara de durão, o único que o compreende e que o ama só porque sim. Mas Ennis não consegue aceitar os seus sentimentos, sente-se perseguido pela culpa, odeia o seu amor por Jack e tenta desesperadamente livrar-se da sua paixão, do seu vicio... Mas se o amor fosse racional ou sequer opcional, não era amor...

O realizador Ang Lee volta a surpreender e no meio de tanta diversidade temática e variedade qualitativa (Hulk, O Tigre e o Dragão e Sensibilidade e Bom senso, por exemplo) é cada vez mais dificil categoriza-lo num estilo cinematográfico...

Quanto ao filme, não considero o melhor do ano em termos globais mas posso admitir pergeitamente essa classificação no que diz respeito às interpretações e à fotografia. Dou-lhe 4,2 e fico a aguardar com alguma curiosidade em relação aos próximos filmes do Heath Hedger porque desconfio que temos mais um caso de "menino bonito" que vira grande actor.

1 comentário:

Anónimo disse...

É uma verdadeira história de amor impossível! Gostei imenso do filme e acredita que as tantas nem dei conta que estava a ver uma linda e triste história de amor entre dois homens.
Beijinhos,
Filipa