sexta-feira, maio 02, 2008

Moi même...uma palhaça ao vosso dispôr...

Eu sou uma espécie de iman humano para situações surreais e embarassantes. Até certo ponto já estou habituada mas as últimas 24 horas têm-se revelado particularmente recheadas de situações improváveis e figuras tristes.

Estava convencida que este ano já tinha cumprido com todas as obrigações de uma boa portuguesa: fado, fátima e futebol. Faltava uma ... a "fantástica" revista à portuguesa! E ontem lá fui (arrastada e porque sou uma alma caridosa) acompanhar a A a este belo espectáculo galhofeiro (convém assinalar que a nossa presença de deveu estritamente a necessidades profissionais).

É mesmo um mundo aparte no qual me sinto um verdadeiro ET acabadinho de aterrar... Não consigo atingir as graçolas, não vibro com os momentos "dramáticos" e acima de tudo fico abismada com o fenómeno de histeria colectiva (e não estou a exagerar) que se cria; é ver gente de lenço na mão para limpar as lágrimas que correm de tanto rir, são as gargalhadas sonoras em momentos em que nem sequer me apercebi que tivesse dito uma piada. Enfim, é sem dúvida um tipo de entretenimento que me ultrapassa grandemente.

Mas aconteceu algo durante o espectáculo que passou todas as expectativas de surrealidade (e não A, não me estou a referir ao "bebé" lindo no poço da orquestra...que olhar...enfim!!), resumindo foi assim, estavamos nós muito comportadinhas da frisa (mesmo em cima do palco e do poço da orquestra onde estava um "bebé" lindo...mas acho que já tinha dito) quando, já sem mais capacidade de concentração para os acontecimentos em palco - só o primeiro acto foram quase duas horas - decidi mandar umas mensagens com o telelé. Tudo muito bem, achei eu, o parapeito da frisa tapava-me quase até ao pescoço e com o respectivo aparelho no colo estava bastante discreta... eis senão quando o João Baião em pleno sketch pára e diz: "recomeçamos quando a menina da frisa largar o telemóvel". Gargalhada geral! E eu encavacadíssima, claro!

Como se não bastasse a primeira vergonha da noite, decidi a caminho de casa parar naquela bomba de gasolina mesmo à entrada do viaduto Duarte Pacheco (local bem frequentado à 1 da manhã, como imaginam). Bomba em pré-pagamento, caminho até à caixa repleto de jeitosos que só faltava tirarem bocados com os olhos (mas com tão mau aspecto que nem dava para aumentar o ego!) e eu lá vou pagar. Volto ao carro, ponho a mangueira e nada...esbracejo...nada...vou lá, atravessando novamente a selva de predadores, e reclamo com o homem...volto ao carro...ponho a mangueira e nada...furiosa esbracejo freneticamente acompanhando com uns gritos revoltados com tamanha incompetência. Até que, no microfone se ouve: "MENINA DA BOMBA 11, A MANGUEIRA CERTA É A PRIMEIRA À DIREITA"....



Moral da estória: as minhas figuras de urso têm mais piada do que a revista à portuguesa, pelo menos a ver pelas gargalhadas da parva da A, todo o caminho até casa....

2 comentários:

Anónimo disse...

ahahhahahhhhhh... que monga.... ehehehehh... só rir!!!!!

Anónimo disse...

Monguita, sim. Mas divertida. E diversão afinal não é só pela zona da capital, hein? Quanto à perícia com mangueiras, não sei, não vi, não consigo avaliar, tenho que acreditar na experiência narrada, mas autorizo-me sugerir que continues a praticar. Só mais uma coisa: quando vi "escorpiã" no signo, de repente, tudo fez sentido. Beijo.