quarta-feira, junho 06, 2012

Os animais não são coisas




O título deste post é parvo.

É mais ou menos como intitular um post "A relva é verde", "A capital de França é Paris" ou "O Benfica é o maior clube do mundo". É parvo porque é óbvio e as coisas óbvias não são para estar aí a repetir como se tivessemos descoberto a pólvora.

O problema é que em Portugal, e perante a lei, os animais são coisas. O que é estúpido, claro. Porque os animais têm coração e pele e cérebro. E porque sentem como nós, sofrem como nós e amam melhor que muitos de nós.

Em Portugal, torturar um animal só faz mal se ele for pertença de alguém. E mesmo aí, faz tanto mal como partir o farolim de um carro. É estragar propriedade, dá multa, mas não é crime.

Será que ainda há alguém que ache que isto é minimamente aceitável ou lógico? Claro que não, pois não?

Mas há.

E eu sei que há porque todos os verões recomeça o drama dos animais abandonados porque não dá jeito, porque é só chegar o Natal e é ver os circos cheios de paizinhos orgulhosos por poderem mostrar aos petizes como se humilham e maltratam animais ao vivo e porque continua a haver tanta gente, tão civilizada em tudo o resto, que continua a vibrar com um "espetáculo" degradante e primário que consiste basicamente em torturar até à morte (mesmo que esta não ocorra ali mesmo à vista dos visons e dos lacostes) um animal, cujo o único propósito no mundo - nunca me canso de me pasmar com esta justificação! - é existir para servir um entretenimento bárbaro(??!!)

Ah, mas é tradição e temos de preservar as tradições, não vá um dia dar-se o caso de acordarmos e, em vez de portugueses, passamos a ser... sei lá... um país civilizado.

Sabem o que é que também já foi considerado "normal" e muitas vezes "tradição"?

- Atirar cristãos aos leões
- Queimar mulheres na fogueira
- Acorrentar negros e obrigá-los a trabalhar a troco de nada
- Prender as pessoas que amam pessoas do mesmo sexo
- Tratar as mulheres como propriedade dos pais e depois dos maridos


Se queremos ser civilizados, temos de portarmo-nos como tal. É que se nos portamos como "animais", é melhor ter cuidado que ainda levamos com uma bandarilha.

Não me venham com merdas.









O vídeo que se segue é da "Animal" e impressiona. Faz doer os olhos e a cabeça. Mas vejam. Não vão aprender nada de novo, mas pelo menos não podem fingir que não sabem.



E assinem a petição aqui



Sem comentários: