Quando muitos de vocês já se questionavam sobre a minha sanidade mental, eis que venho tentar provar-vos que ainda estou aí para as curvas (intelectualmente falando...)
Tenho vindo desde há uns tempos a desenvolver um teorema que gostaria de partilhar neste blog. Até porque nisto de teorias e invenções é preciso ter muito cuidado não vá um qualquer aproveitador lembrar-se de usurpar este brilhante raciocínio que estou certa virá a revolucionar a forma como muito boa gente encara a realidade (olhem para o exemplo do sacana do Bell que ficou para a história como o inventor do telefone, deixando o desgraçado do Meucci no perfeito desconhecimento).
Esta teoria, totalmente estudada e já em fase avançada de comprovação empírica, conta já com alguns apoiantes, sendo a mais entusiástica a A que, pelo que sei, tem tentado com pouco êxito disseminá-la por terras do Lis. Espero que a exposição científica venha agora dar-lhe mais credibilidade!
A minha teoria, que denominei "Teoria da Qualidade Circular" determina que o grau de qualidade de algo pode ser representado por uma circunferência, pelo que, esse algo pode atingir um tal nível de má qualidade que dá a volta e se torna muito bom.
Confusos? Talvez seja melhor dar-vos alguns exemplos.
Primeiro um conceito que a todos é familiar e que encaixa perfeitamente nesta minha teoria. A noção de kitsch que mais não é do que algo que de tão piroso, chega a ser fashion. Um cadillac cor de rosa, um galo de barcelos gigante ou uma colcha de patchwork são bons exemplos.
Ainda pouco convencidos?
Pois eu aposto que vos consigo converter com o melhor, o mais extraordinário videoclip de sempre. Aquele que guardo carinhosamente no meu coração como a minha inspiração primordial para esta teoria brilhante.
Vejam e comovam-se:
Se na verdade este podia ser apenas um terrível exemplo da falta de noção do ridículo do ex-Mitch Buchanon/Michael Knight, há pormenores que o tornam absolutamente delicioso (há grandes momentos mas é impossível resistir às crianças voadoras, ao ET e acima de tudo ao David a apanhar um salmão com a boca). Assim, algo muito muito mau torna-se muito muito bom.
Os mais cépticos argumentarão: "Ah pois é, mas a qualidade pode ser muito subjectiva, depende do gosto de cada um e eu até conheço uma pessoa que gosta dos livros da Margarida Rebelo Pinto". Eu respondo, primeiro alguém que tem amigos que gastam dinheiro em livros da MRP, não tem qualquer tipo de credibilidade e depois, meus amigos, a noção de circularidade implica que não há um ponto de início, logo cada um determina onde começa a qualidade... Perceberam? (está tudo pensado!)
Espero que se sintam culturalmente mais elevados e aos espertinhos aviso que já comprei os formulários da patente.
4 comentários:
LOL...por um lado dou-te os Parabéns por teres formulado tão bem esta teoria! Por outro, detesto desiludir-te mas não é pioneira :)Para mim o conceito de "tão mau, tão mau que se torna bom" já se aplica há muito. Nomeadamente em alguns filmes, não é propriamente aplicável àqueles filmes que tentam ser bons e depois são uma porcaria. São aquele tipo de filmes que são reconhecidamente maus mas que têm pérolas de tal ordem que são bons!
Hei-de ir buscar uns exemplos para te pôr aqui! :)
De qualquer modo e depois da consideração filosófica queria dizer-te que é bom ter a Iguana de volta:) Continua assim!
Olhe lá menina tigresa, há uma diferença entre constatar um facto e desenvolver uma teoria. A circularidade da qualidade é um conceito totalmente novo.
Isso é como afirmar que Newton não formulou a teoria da gravidade porque antes da sua descoberta já toda a gente sabia que as coisas caiam.
Ai ai ai, esta gente invejosa!
(Estou a brincar miúda. É bom ter-te de volta aos comentários do Iguana)
Bem, na minha opinião este blog está a entrar, vá digamos, na parte de cima do meu círculo de qualidade novamente, é que depois da Ana Malhoa estava um bocado pelas 18h30. lol
Colcha de patchwork suponho que seja uma manta de retalhos, penso eu de que. Acho que a "circularidade" como lhe chamas começa pelos inglesismos que tão "finamente" se apropriam da nossa estética linguística.
Acho que o vídeo (uma pérola, só por si)se enquadra no humor pythesco (derivado de monty python portanto)que foi pretendido para uma música que tanto nos ficou "no ouvido". Uma coisa má é má. Uma coisa muito má, excepcionalmente poderá ser boa (até excelente), mas é um ponto raro. Tens o caso do teu adorado José Cid (tão mau que é excelente). Por outro lado tens a Banda Eva que é má por natureza e, em lado nenhum gostam (ou gostaram) daquela banda. Pronto este exemplo é fraquinho mas é o que se arranja a estas horas.
Bem beijinhos.
(PS: o termo pythesco já o registei, por isso não vale a pena comprares impressos para este)
Mi-Net
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